Aluno de Veterinária ganha Prêmio Cidade de Vespasiano pela causa dos animais abandonados

Ele chegou a ter 15 cães, muitas vezes alimentados com angu e canjiquinha pois não tinha condições financeiras de suprir a todos a não ser com muito carinho. Desde criança dizia que queria ser veterinário para cuidar sobretudo dos animais abandonados, em situação de rua e de maus tratos.

Ao longo da vida e de muitos esforços, conseguiu realizar os dois sonhos: criou o NAP (Núcleo de Apoio aos Protetores) dos animais de Vespasiano, em Minas Gerais, e entrou no curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, onde frequenta o 2° período.

Foi com essa causa de vida que William Raimundo dos Santos, ou Will Santos, como gosta de ser chamado, ganhou o Troféu Mário Elias Jorge 2021 do Prêmio Cidade de Vespasiano, onde mora. Artista plástico formado na UEMG (Escola Guignard) na turma de 2008, Will diz que ainda há muito a fazer com a bandeira dos animais abandonados. No aniversário de 51 anos, ano passado, pediu para ser presenteado com ração para distribuir aos bichinhos.

Ração de presente

“Pedi ração de presente. Veio ajuda da comunidade, redes sociais, TV, jornal. Criei o Núcleo de Apoio aos Protetores de Vespasiano. Não queria ser mais um protetor, queria ficar de fora para ver as necessidades dos protetores. Formei a rede de proteção animal. Mas nem tudo foram flores. O NAP foi criado em um ano de eleição política, sofri muito, chorei muito. Demorei para conquistar a confiança de doadores e protetores. Tive apoio de vários administradores de grupos do Facebook”, afirma ele, que sofreu várias atitudes de descrédito e humilhação.

“Hoje graças a Deus o projeto cresceu. Busco meios para ajudar mais os protetores. Criei um triciclo (bike NAP) para vender chaveiros, assim ajudo a comprar ração. Faço Medicina Veterinária para ajudar no futuro os protetores. Vou lutando com ajuda das pessoas que acreditam no projeto NAP. Pessoas que chamo de anjos”, diz o aluno do Izabela Hendrix, que rejeita o título de protetor (aquele que age direto, resgata, cuida, abriga, conforme define).

No máximo, Will diz que “está caminhando devagar para ser um ativista”, que conscientiza, educa, informa e luta de forma macro pelos problemas relacionados à causa. “Jamais quero os méritos de um verdadeiro protetor, pois só tenho dois cachorrinhos e dois gatinhos. Protetores abraçam com vários”, define.

Assista a reportagem do Balanço Geral de Minas Gerais feita com Will Santos sobre distribuição de ração para animais no dia de seu aniversário.