Projetos do curso de Arquitetura sobre águas urbanas já estão sendo implantados
A professora do curso de Arquitetura do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, Regina Xavier, organizou uma compilação de Trabalhos Finais de Graduação (TFG) realizados a respeito do tema “águas urbanas”. Em parceria com o Projeto Manuelzão, o objetivo dos trabalhos foi melhorar a relação entre a cidade e suas águas.
O projeto começou em 2016 e, desde então, seis trabalhos já foram realizados. Todos implicam em auxiliar pessoas que moram em regiões onde existem córregos a cuidarem da natureza que os circunda. Sendo assim, foram realizadas reuniões com a comunidade que buscaram levar informações com a intenção de instruir os habitantes a trabalhar com as águas que coexistem com eles.
A professora Regina comentou sobre as origens do projeto. “O nosso objetivo era encontrar alunos que tivessem interesse em falar sobre o tema ‘águas urbanas’ e ajudá-los a desenvolver trabalhos que não servissem apenas para a graduação, mas também para a população”, disse.
Dois desses programas já foram implantados e funcionam nas regiões do Córrego do Capão e da Vila Acaba Mundo. Com o apoio do Projeto Manuelzão e das comunidades, o projeto “Um parque é mais que um parque” vem ajudando na reconstrução de riachos que foram destruídos com o passar dos anos.
Muitas dessas águas urbanas se tornaram depósitos de lixo e esgoto, e, hoje em dia, trazem problemas às populações que residem ao ser redor, já que podem transmitir doenças. Além disso, o mau cheiro é incômodo e a quantidade de sujeira atrai parasitas.
O egresso do curso de Arquitetura e Urbanismo, Bruno Sangiorge, comentou sobre o seu trabalho. “Foi um período longo de dedicação intensa, mas que no fim, consegui traduzir um pouco do sentimento e vontade de desenvolver um espaço que trouxesse benefícios em diversas escalas e pudesse mostrar que as cidades podem ter espaços compartilhados de convívio sadio entre as pessoas e as águas urbanas”, explicou.
Por possuir uma linguagem técnica e de difícil compreensão para aqueles que não estão na área, alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Ambiental e Sanitária do Izabela se disponibilizaram para adaptar os trabalhos para um vocabulário de mais fácil acesso.
Os discentes Taynara Keila, Letícia Ribeiro, Luís Guilherme, Laís Marques, Thiago Mota e Vivien Leyne, em conjunto com as professoras Regina Xavier e Paola Campos, ficaram encarregados de tratar dos assuntos de forma mais simplória, com o objetivo de facilitar a integração das comunidades com os projetos. “É importante conscientizar os moradores para que eles possam saber como agir de maneira a não prejudicar os córregos”, contou Luís.
Letícia Ribeiro, que está cursando o 9º período de Arquitetura e Urbanismo, comentou a respeito das reuniões realizadas com a população. “Em um primeiro momento, a gente escuta eles [moradores]. Logo após, nós debatemos em conjunto o que pode ser feito. Nesses contatos, a gente mais aprende do que ensina e tentamos adequar os nossos saberes com os deles”, disse.
A aluna Taynara Keila, do 8º período, também falou sobre esse tema. “Às vezes a população não tem a opção de manter os córregos e pensamos que, com o nosso apoio, nós podemos auxiliá-las a lutar para que essas águas não sejam cobertas”, explicou. “Alguns moradores às vezes veem os riachos como fontes de problema devido à sujeira e nós queremos mostrar para eles que é possível reverter essa situação”, completou Thiago.
Em setembro de 2017, foi realizado no Izabela um congresso que reuniu pessoas que trabalham na área, discentes e público externo. Ocorreram mesas redondas e o debate sobre como cuidar das águas urbanas foi colocado em pauta.
Os trabalhos dos alunos podem ser encontrados acessando esse link (https://www.flipsnack.com/umparqueemaisqueumparque/) e mais informações sobre o projeto estão disponíveis na página do Facebook (https://www.facebook.com/umparqueemaisqueumparque/?ref=br_tf).
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