Trabalho de aluna de Arquitetura e Urbanismo propõe inovações em edifício de Oscar Niemeyer
Tombado em 2016 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o edifício da antiga sede do Banco Mineiro de Produção é um dos projetos de destaque do arquiteto Oscar Niemeyer. Situado à rua Rio de Janeiro, 471, na Praça 7 de Setembro, no hipercentro de Belo Horizonte, o icônico prédio de 1953 foi o protagonista do Trabalho Final de Graduação (TFG) de Ingrid Aleixo Lacerda de Oliveira, de 28 anos, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.
A egressa, que também é formada em Design de Ambientes pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), conta que passou um longo período pensando em um projeto desafiador e, como sempre gostou de história, decidiu que trabalharia com Patrimônio, mas buscando uma temática atual: “escolhi os edifícios verdes que visam o meio ambiente e os usuários. Pesquisando, encontrei alguns artigos sobre Green Retrofit, uma prática ainda pouco difundida no Brasil. A partir daí, defini meu tema como 'Retrofit Sustentável com Ênfase em Inovações Tecnológicas' e fui em busca de um edifício tombado.”
O termo “retrofit” é utilizado para designar o processo de modernização. “O grande consumo de recursos naturais pela construção civil e a renovação urbana das metrópoles propicia a necessidade de desenvolvimento de metodologias e procedimentos técnicos que visem promover a reabilitação das edificações. Apesar de a conservação da arquitetura moderna existir há algum tempo, seus exemplares têm sido demolidos ou alterados sem o devido respeito às suas características físicas, aos seus valores e significados. A reabilitação de uma edificação visa à preservação do bem e à sua adequação ao uso atual, através da implementação de novas tecnologias”, declara o professor Bernardo Nogueira Capute, orientador da estudante.
O edifício escolhido abrigará o P7 Criativo, com estrutura de coworking e desenvolvimento da indústria criativa de BH. “O edifício tinha como intuito atender à demanda de um hub de economia criativa, por meio da inserção de estratégias sustentáveis e tecnológicas, visando à melhoria dos impactos ambientais, sociais e econômicos, não só da edificação, como também de seu entorno imediato”, explica a egressa.
O docente ressalta a importância do TFG como um momento de avaliação do poder de síntese dos conhecimentos adquiridos pelo aluno no decorrer do curso, relacionando-os com sua visão crítica da arquitetura e do fazer arquitetônico. Para ele, a egressa demonstrou esses conhecimentos no desenvolvimento de seu projeto. “O trabalho da Ingrid mostra que ela compreendeu as características físicas, os valores e significados do edifício da Antiga Sede do Banco Mineiro da Produção, para assim definir estratégias que envolveram inovações tecnológicas e sustentáveis para a inserção de um novo uso ao mesmo”, diz.
“Vejo minha formação no Izabela muito além das teorias vistas em sala de aula, justamente pelos professores que encontrei ao longo do curso. Todos eles experientes e ativos no mercado de trabalho, propiciando uma aplicação do aprendizado muito mais próxima da realidade de um arquiteto. Isso, sem dúvidas, me deu segurança para tentar um projeto de graduação tão desafiador, pois sabia que teria respaldo em todos as disciplinas da minha proposta”, conclui Ingrid.
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