Mural

por kesia.ventura — publicado 13/11/2015 14h19, última modificação 06/04/2016 15h05

Saudade em família

Filha de ex-aluna Albertina, que estudou no Izabela Hendrix na década de 1930, visita a escola e faz doação ao Museu on-line

Por Shirlei Requeijo, estudante de Jornalismo

Era década de 1930 quando Albertina Matos de Almeida foi matriculada pelos pais no Colégio Metodista Izabela Hendrix. Para alegria da família de fazendeiros do Vale do Jequitinhonha, a criança cresceu juntamente com dezenas de meninas que viviam sob o regime do internato. Nela, aprendeu não somente a ler e escrever, mas como comportar-se adequadamente na sociedade, tocar piano e até cozinhar.
A filha Albertina, Marinalva Almeida, visitou o Izabela Hendrix para conhecer um pouco da história vivida pela mãe e fazer a doação de uma foto de 1937 ao Museu do Izabela Hendrix. Ela contou o encantamento que sua mãe sentia pela escola e por Miss Mary Sue Brown, educadora e arquiteta americana que foi diretora da instituição entre os anos de 1936 a 1940.

Segunda Guerra Mundial


“Minha mãe dizia que Miss Brown era muito simpática e querida. Até a convidou para ir morar nos Estados Unidos, mas meu avô não permitiu.”, recordou Marinalva. Albertina estudou no colégio até o fim da Segunda Guerra Mundial e nele conviveu com moças de diferentes nacionalidades. “A escola era um colégio eclético, que respeitava todas as crenças, acolhia bem todas as raças e nacionalidades”, disse a filha.
A filha da ex-aluna também conta que, na época da guerra, havia até um toque de recolher quando o céu era cortado por aviões. Mas afirma que a mãe não sentia medo. Sentia-se segura, afinal de contas, o Izabela Hendrix foi durante anos a sua segunda casa de Albertina.

Aulas inesquecíveis
Todos os dias eram marcados pelo amor à pátria. As aulas de Moral e Cívica ensinavam o patriotismo e as alunas tinham que fazer continência à bandeira. Também assistiam aos discursos de presidentes do país, como o que Albertina assistiu na Praça da Liberdade, quando o então presidente, Juscelino Kubistchek, falava ao povo.
Outras importantes aulas que tinham na década de 1930 eram de economia doméstica e culinária. Cozinhando no fogão à lenha, a ex-aluna aprendeu a fazer biscoitos, bolos e variados quitutes da época. Sua especialidade era o pão de minuto. “Minha mãe foi muito feliz neste tempo que estudou no Izabela Hendrix.”, afirmou a filha.
Além da lembrança dos bons tempos que passou na escola, através das muitas fotos e histórias, Albertina deixou aos 16 filhos um pouco das lições que tanto aprendeu no Colégio Metodista Izabela Hendrix: disciplina, valores e ética.