Izabela pesquisa tratamentos mais eficientes para o câncer de ovário
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) estima que em 2018 serão diagnosticados 6.150 novos casos de câncer de ovário (CO) no Brasil. Este é o tumor maligno ginecológico com maior taxa de mortalidade, causando 3.283 óbitos em 2013, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Como uma de suas iniciativas na área de pesquisa, o Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix iniciará neste semestre um projeto com a proposta de buscar tratamentos mais eficazes para a doença.
Atualmente, o combate ao tumor é feito por meio de redução cirúrgica e quimioterapia a base de platina e taxanos. No entanto, de acordo com a professora Letícia da Conceição Braga, docente de Ciências Biológicas e líder da pesquisa, mesmo com avanços no tratamento deste tipo de tumor, grande parte das pacientes volta a sofrer com a doença.
“A taxa de mulheres que apresentam recidiva é de cerca de 70% em 24 meses. Dessa forma, é fundamental a busca por novas moléculas que possam atuar de maneira mais efetiva no tratamento do CO, visando reduzir o número de pacientes que apresentam essa recorrência. Nosso objetivo é prospectar novas moléculas que possam apresentar atividade antitumoral mais eficiente para este tipo de tumor”, explica.
O projeto “Análise da atividade antitumoral e mecanismos biológicos de ação de heterocíclicos em linhagens de tumores humanos de câncer de ovário” envolverá professores e estudantes de Ciências Biológicas e Biomedicina do Izabela e será desenvolvido em colaboração com o Serviço de Biologia Celular da Fundação Ezequiel Dias. “Os alunos devem participar ativamente de todas as etapas de execução, desde a realização dos ensaios laboratoriais de cultivo celular, avaliação da citotoxicidade e genotoxicidade dos compostos e sua ação seletiva”, comenta a docente.
Esse trabalho, ainda durante a graduação, é fundamental para a formação de profissionais com visão ampla, pois alia conhecimento científico e prático, formando agentes de mudanças. Letícia ressalta que este é um diferencial competitivo para os discentes do Izabela: “O estudo possibilitará ao acadêmico contato direto com as etapas do processo de pesquisa e desenvolvimento, além de possibilitar trabalhar com tecnologias que podem ser usadas em diversas áreas no mercado de trabalho”.
Avanços tecnológicos
A docente acredita que os resultados obtidos neste estudo poderão render outros frutos, levando as inovações do Izabela ainda mais longe, como a criação de uma startup. É o caso do trabalho realizado no doutorado de Letícia na Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual de São Paulo.
Seu projeto resultou na criação da OncoTag, uma empresa de desenvolvimento de marcadores moleculares em oncologia que pretende fazer o casamento entre o paciente com câncer de ovário e o tratamento correto. A solução desenvolvida pelos pesquisadores da empresa consiste em um kit contendo sondas genéticas para análise da expressão gênica e os reagentes, permitindo a realização do exame no próprio laboratório de medicina diagnóstica do cliente.
Ainda em processo de desenvolvimento, a OncoTag foi Finalista Top 3 do Prêmio Fleury de Inovação, recebendo menção honrosa, dentre os 85 inscritos e 8 finalistas, e participou de diversas competições para startups na área da saúde. Saiba mais sobre a empresa, clicando aqui.