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A Páscoa que eu quero. Leia a mensagem escrita pela Pastoral da Educação Metodista

por Instituto Metodista Izabela Hendrix — publicado 31/03/2015 05h00, última modificação 15/12/2015 16h18

"Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra do Senhor: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua"
(Ex 12, 14.)

Alguma vez você já pensou por que os cristãos comemoram a Páscoa? E se alguém lhe perguntasse: qual páscoa você quer comemorar neste tempo? O que responderia? Convido você a refletir nas palavras do poema. E que ele possa servir de inspiração para a resposta que você dará à pergunta acima.


A Páscoa que eu quero

Eu quero a Páscoa
Jesus
Passagem
Da escravidão para a liberdade
Da morte para a Vida


Eu quero a Páscoa
As mulheres
Domingo de manhã
A disposição para o cuidado com ternura
de embalsamar o morto querido
A incompreensão da pedra removida
As lágrimas da incerteza
A revelação: “Maria” - “ Raboni!”
Madalena que vai e anuncia –“Vi o Senhor!”

Eu quero a Páscoa
Os discípulos
medo, frustração e impotência
a tristeza e o choro
Depois do anúncio, a incredulidade
Por fim
deslumbramento e fé
E a disposição de partir para o meio do povo
a Galiléia dos gentios
dos mais pobres dentre os pobres
É ali que Jesus está


Eu quero a Páscoa
De Jesus ressuscitado
de Madalena e das mulheres
testemunhas da ressurreição!
De Pedro e dos discípulos
Transformados
Incrédulos a princípio
intrépidos depois
Dispostos a se entregar
pela verdade acolhida!


Eu quero a Páscoa
Mas não quero a Páscoa
do capitalismo
Dos bombons e chocolates
Dos presentes caros e tantas ausências
Da alegria dos feriados
e vazio de sentido de vivê-los


Eu quero a Páscoa
Mas não quero a Páscoa
Do mercado
Páscoa comercializada
onde só cabem os que têm
Vazia de gratuidade,
de acolhida e de mistério
Que não compreende o entregar-se
pelos outros


Eu não quero a Páscoa
do neoliberalismo
De individualismo tirando vantagem em tudo
Da competência e da competitividade
desempregando milhões


Eu não quero a Páscoa pós-moderna
Fragmentando corpos e consciências
E sepultando sonhos/utopias
nos ships dos computadores pessoais
e na realidade editada da televisão


Também não quero a Páscoa
da religião-fim-em-si-mesma
Anestesiando consciências
em meio ao vale de lágrimas
e de dor


Eu quero a Páscoa de gente simples
De Jesus, de Madalena, dos discípulos
Do desafio da fé
E do sentido de viver
Páscoa: Jesus, o Cristo
Esperança de Ressurreição
O “renascer para a Vida!”


Revdo. Luiz Eduardo Prates da Silva
Coordenador da Pastoral Universitária e Escolar