Egresso do curso de Ciências Biológicas é aprovado no doutorado em Educação na UFMG
O egresso do curso de Ciências Biológicas, Flávio Santos, foi aprovado na seleção do Programa de Pós-Graduação para o Doutorado da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, na área de Educação, Cultura, Movimentos Sociais e Ações Coletivas. O Programa inicia no primeiro semestre do próximo ano.
Flávio desenvolve sua pesquisa com povos e comunidades tradicionais, no doutorado estará focando nos terreiros de candomblé. Ele utiliza as teorias decoloniais e antirracistas para desenvolver seus estudos.
Na entrevista abaixo, ele fala mais sobre o projeto, expectativas, reserva de vagas nas Universidades e a importância no Izabela Hendrix em sua formação e no caminho percorrido até o doutorado.
Como surgiu a ideia do projeto?
O projeto de doutorado advém das vivências e experiências oriundas dos povos e comunidades tradicionais que venho trabalhando há alguns anos; sendo um desdobramento da pesquisa realizada no mestrado com os povos originários (Pataxó da Cidade de Açucena/MG).
Quais serão os estudos desenvolvidos?
A pesquisa tem como tema os saberes e fazeres oriundos dos terreiros de candomblé da Região Metropolitana de Belo Horizonte, com recorte aos conhecimentos etnoecológicos destes territórios. Cabe ressaltar que o estudo compreende estes territórios como um complexo sociocultural construído na diáspora africana, logo a pesquisa tende a caminhar orientados pelos estudos decoloniais e antirracistas.
Você participou da seleção pela reserva de vagas para alunos negros, certo? Fale um pouco da importância das cotas na universidade.
Sim, participei. É importante destacar que este feito é resultado da luta de anos do movimento negro em busca da reparação social/histórica. As cotas raciais oportunizam que muitos estudantes acessem ao ensino superior em suas diversas modalidades.
As expectativas para o desenvolvimento do doutorado.
As expectativas são as melhores possíveis com um misto de ansiedade para continuidade da pesquisa acadêmica e sobretudo de ecoar através do estudo proposto as vozes por vez silenciadas pelo racismo estrutural.
Fale da importância do Izabela Hendrix para a sua formação?
O Izabela Hendrix é o berço de onde emerge meu desejo pela pesquisa acadêmica e aguçou o olhar a pauta socioambiental no decorrer da graduação. Gostaria de ressaltar a importância do projeto de extensão Hortas, no qual participei por alguns semestres que buscava na prática trabalhar os conceitos agroecológicos.
E, na prática da docência?
A minha prática docente é eminentemente alimentada pelas vivências do Campus Liberdade, sobretudo na relação estabelecida entre alunos e professores. É essencial destacar que as disciplinas do campo da didática e os professores que ministraram são norteadores para o cotidiano em sala de aula.