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Programa de capacitação profissional de operários da construção civil forma primeira turma e já mira novos contemplados

por rodrigo.melo — publicado 06/07/2016 16h03, última modificação 06/07/2016 16h03
Fruto de parceria entre Izabela Hendrix e Sinduscon-MG, projeto de extensão é vinculado ao curso de Engenharia Civil e oferece formação teórica especializada e gratuita a trabalhadores
Programa de capacitação profissional de operários da construção civil forma primeira turma e já mira novos contemplados


Promover a capacitação da mão de obra operária da construção civil para aperfeiçoar conhecimentos práticos dos profissionais por meio de embasamento teórico provido por especialistas na área. Este é o principal objetivo do Programa de Capacitação de Mão de Obra da Construção Civil (PCMOC), projeto de extensão universitária comandado pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CEUNIH) em parceria de cooperação técnica com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)

Apesar importância do setor da construção civil para a economia nacional, o investimento dos empregadores na qualificação de seus profissionais é baixo e insuficiente. A partir deste diagnóstico, o PCMOC busca capacitar trabalhadores da área que não possuem formação técnica de nível médio ou superior, o que inclui os ofícios de pedreiro, carpinteiro, almoxarife, pintor, entre outros. O programa oferece informações teóricas ministradas por professores e alunos voluntários do curso de Engenharia Civil do Izabela Hendrix.


Primeira turma

No início do mês de junho, o CEUNIH recebeu os alunos da primeira turma do projeto para solenidade de formatura. A ocasião reuniu os 15 estudantes que formaram o grupo experimental do projeto, que contou com carga horária de 160 horas em curso ministrado durante dois semestres. A matriz curricular incluiu disciplinas associadas à matemática, arquitetura, hidráulica, elétrica, segurança do trabalho, recursos humanos e outras matérias. Após consolidação do programa, pretende-se atender 80 aprendizes anualmente e oferecer oportunidades de especialização para os trabalhadores.

Daniel Augusto de Miranda, professor nos cursos das Engenharias Civil, Ambiental e Sanitária do Izabela Hendrix e coordenador do PCMOC, celebrou a formatura da primeira turma do programa e destacou a evolução dos trabalhadores durante as formações. “Durante as aulas, houve muita discussão de exemplos práticos, fato que estimulou os operários a aprenderem com os especialistas a respeito dos conhecimentos teóricos. Assim, eles se motivavam bastante quando conheciam os conceitos por trás de seus ofícios cotidianos”, disse.

Encarregado de obras na EBHIG Empreendimentos, Márcio Bona integrou o grupo inaugural de alunos e está muito satisfeito com o conteúdo aprendido no PCMOC. “Quando fui convidado para o curso, aceitei rapidamente e não me arrependi. Comecei a gostar das aulas logo no começo e procurei me dedicar para me aperfeiçoar em minha profissão. Gostei demais da experiência, foi muito interessante”, contou.

Relevância acadêmica e social

Além de propiciar os treinamentos, o PCMOC também é importante na perspectiva de projeto de extensão. Para o coordenador da iniciativa, são muitos pontos positivos envolvidos no programa, que oferece aos alunos do curso de Engenharia Civil, orientados por docentes tutores, a oportunidade de atuar como instrutores após trabalharem na preparação de material didático e outras dinâmicas que formatam o curso. “Ao ministrarem as disciplinas aos operários, os graduandos desenvolvem habilidades acadêmicas e científicas por meio da interação com o público discente, do intercâmbio entre teoria e prática e ainda podem fixar melhor os conhecimentos adquiridos em sala de aula”, explicou Miranda.

Os graduandos que atuaram como instrutores consideraram a experiência enriquecedora, desafiadora e gratificante. “Tivemos a oportunidade de transmitir nossos conhecimentos acadêmicos bem como aprender com as experiências técnicas e empíricas trazidas pelos alunos. O sentimento foi de troca, amizade e respeito”, explicou Beatriz Menezes, engenheira civil formada no semestre passado. “Meu intuito era obter contato com colegas de trabalho e ensinar o que aprendi na universidade. Porém, ao finalizar a primeira turma, tenho a certeza que ensinamos e aprendemos na mesma medida”, declarou Marianna Mansur, também voluntária do PCMOC.

O caráter nômade do setor de construção civil implica alta rotatividade da mão de obra e favorece a baixa qualificação dos profissionais. Esta realidade faz com que o PCMOC ganhe extrema relevância social ao oferecer treinamento com a qualidade e excelência de ensino do Izabela Hendrix e sem custo aos trabalhadores. Daniel Augusto de Miranda entende que o conhecimento adquirido pelos operários muda a perspectiva que eles têm sobre sua profissão. “Haverá maior grau de envolvimento maior desses trabalhadores na busca de resultados mais precisos e embasados adequadamente na teoria vista em sala de aula. Seguramente, todos tiveram acesso a informações que nunca tinham recebido antes”, opinou.

As considerações do coordenador do PCMOC vão ao encontro do relato do operário Márcio Bona, que atua há pouco tempo como encarregado de obras em Contagem (MG). “O curso ajudou muito em meu trabalho. Eu não conversava direito com os meus colegas de trabalho porque não sabia como explicar as coisas do dia a dia. Agora tenho condições de falar com eles e discutir o que fazemos”, disse.

Nova turma

A seleção dos operários da construção civil integrantes da segunda turma do programa será feita mediante recrutamento conduzido pelo Sinduscon-MG. As aulas da nova turma têm início previsto para agosto.

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