Professor do Izabela Hendrix publica artigos sobre Nanotecnologia
O professor do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, Pedro Lana, que é doutor em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais publicou recentemente três artigos que investigam as propriedades dos materiais nanoestruturados e suas aplicações em biomedicina.
As pesquisas descritas nos artigos tiveram como objetivo estudar os comportamentos biológicos obtidos através de avaliações de bioatividades e da biocompartibilidade por meio de teste de citotoxicidade tanto in vitro como in vivo, além de avaliar a potencialidade de aplicações em sistemas de liberação controlada de fármacos, a potencialidade dos materiais nanométricos para aplicação em reparo de tecidos e no crescimento e diferenciação de células.
Segundo o professor, as nanotecnologias são um tema novo na área de estudos da biologia e, por isso, os estudos passam por processos de efetividade. “Temos que lembrar que esses estudos são muitos recentes, são trabalhos que estão na fronteira do conhecimento e temos que passar por processos para verificar a funcionalização das nanoestruturas e pelos testes biológicos para comprovação de sua eficácia”, explicou.
Materials in Medicine
O artigo “Protection of normal cells from irradiation bystander effects by sílica-flufenamic acid nanoparticles”, publicado no Journal of Materials Science: Materials in Medicine, explora o uso de nanopartículas de sílica mesoporosa MCM-41 funcionalizadas com 3-aminopropiltrietoxisilano (APTES) para ancorar o acido flufenamico por sua liberação prolongada e controlada e proteção contra efeitos prejudiciais da radiação em células saudáveis.
Pedro explicou o que é o efeito Bystander e quais as maneiras usadas para proteger as células da radiação no tratamento contra o câncer. “Esse efeito é conhecido quando, por exemplo, em uma radioterapia precisa-se de radiação para curar um câncer. A radiação, mesmo tendo o propósito de pegar somente as células malignas, pode fazer que as benignas em outras regiões sejam afetadas. Existem maneiras de tentar proteger essa ação, uma delas que foi pesquisada nesse trabalho, é a incorporação de moléculas do acido flufenâmico em nanopartículas com o objetivo de proteger essas células não irradiadas”, pontuou.
Nano Structures & Nano Objects
No artigo “Efficiente sensitive polymer-grafted boron nitride nanotubes by microwave-assisted process”, publicado na revista Nano Structures & Nano Objects”, foi explorada a síntese de um sistema baseado em nanotubos de nitreto de boro, BNNT-Poly [(N-iPAAm) – co- (MAA)], e o processo de sua funcionalização por uma rota assistida por micro-ondas, a fim de criar um sistema com liberação de medicamentos altamente específica baseada no ambiente em que a nanoestrutura se encontra.
Para o professor, o estudo de nanoestruturas tem o objetivo de elucidar suas características e avaliar o potencial para utilização em aplicações médicas. “Usa-se a nanoestrutura porque vai penetrar na célula e carregar o medicamento a ela ancorado. Então, ao grudar o medicamento nessa nanoestrutura, que é uma muito pequena e que entra na célula, usa-se uma metodologia com aplicação de microondas para ajudar a funcionalização dessas moléculas ativas nos nanotubos, dessa forma a eficácia do medicamento penetrado direto na célula é maior”, explicou.
Microporous and Mesoporous Materials
O artigo “Chitosan grafted into mesoporous sílica nanoparticles as benznidazol carrier for Chagas diseases treatment”, publicado na revista Microporous and Mesoporous Materials, estuda o uso de sílica funcionalizada com quitosana para a administração de benznidazol no tratamento de doenças negligenciadas como a doença de Chagas.
De acordo com Pedro o benznidazol é de comprovada eficácia para o tratamento de Chagas e sua incorporação às nanopartículas aumentaria a eficácia de sua ação. “Esse é um medicamento que é comprovado para curar Chagas. Além de pequenas, as nanopartículas têm vários poros permitindo colocar dentro deles os medicamentos que são necessários. No caso deste, o objetivo é carregar a molécula de benznidazol que é um remédio”, finalizou.