Projeto de recuperação da voçoroca na unidade Fazendinha integra alunos e professores em aprendizado prático
O aprendizado prático é um dos enfoques dos cursos de graduação do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Os alunos recebem subsídios dentro e fora de sala de aula que os auxiliarão no mercado de trabalho, além de atuar em projetos que beneficiam a sociedade e o meio ambiente. O projeto de recuperação de uma voçoroca na unidade Fazendinha é um deles e envolve a participação do corpo docente, discente e de empresa privada.
Desde 2015, o projeto “Proposta da Recuperação de uma Voçoroca por Bioengenharia do Solo em Sabará, Minas Gerais”, realizado em parceria com a Deflor Engenharia, atua na unidade Fazendinha recuperando uma voçoroca, que é um grande buraco de erosão causado por chuvas, ações do homem ou outros fatores climáticos, com a participação de docentes e alunos. A professora Elizabeth Rodrigues Brito Ibrahim é uma das professoras responsáveis e explica que o projeto teve diversas ações executadas, em diferentes etapas.
Período de desenvolvimento
Primeiramente, foi realizado um mapeamento da Fazendinha utilizando um sistema para processamento de informações georreferenciadas. Imagens de satélite foram obtidas no INPE, através do portal da DGI (Divisão de Geração de Imagens), em outubro de 2016. Para a análise, foram utilizadas cenas do sensor CCD do satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres CBERS - CCD/CBERS-2 e, para a interpretação visual, fez-se o contraste através da manipulação do histograma da imagem, o que permitiu uma melhor discriminação dos temas.
A análise do solo da voçoroca foi feita por meio de coleta do material e envio para laboratório de análise. “A coleta serve para conhecer o tipo de solo e os possíveis materiais contaminantes e dos parâmetros de suas características físicas e de fertilidade”, explica. Parte das amostras foram analisadas no laboratório de Solos do Izabela Hendrix e outra parte foi encaminhada ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
Outra etapa importante foi a análise topográfica do terreno. “Após a análise do levantamento topográfico, foi encaminhado para o descarregamento em programa específico de topografia para que o nível do terreno seja delineado e, a partir deste dado, analisar o escoamento e direção da água no terreno. Esse processo é de suma importância pois corrobora para a etapa posterior que será a suavização do terreno e posterior implementação da técnica de bioengenharia”, declara.
Trabalho em equipe
Em colaboração com a empresa Deflor Engenharia, o projeto de extensão implementou paliçadas e bermalonga em uma das voçorocas. “Essa parceria consolidou-se em 2014, quando a empresa fornecia apenas palestras direcionadas aos discentes do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária e em 2015 iniciou-se a parceria por meio de reuniões técnicas para traçar ações junto a voçoroca”, relata. A docente diz que em novembro de 2016, a empresa firmou compromisso de subsidiar o projeto de extensão com materiais, equipe técnica para assessoramento, bem como aquilo que for necessário para o bom êxito da proposta.
Neste ano, o grupo finalizou o processo de recuperação de uma das quatro voçorocas existentes no local utilizando paliçadas, retentores de sedimentos e biomantas, técnicas usualmente utilizadas em taludes de estradas, em áreas de recuperação de mineração, bem como em áreas com erosões. Além de todo o processo realizado no local, a docente ainda explica que a comunidade que circunda a área do projeto recebeu informações para entender a importância do processo de recuperação.
Varlei dos Santos Lima, de 50 anos, aluno do 10º período de Engenharia Ambiental e Sanitária, participou do projeto por três semestre e conta que a experiência foi de extrema importância para sua formação: “Foi de grande valia para o aprendizado em sala de aula na área de RAD (recuperação de área degradada), onde foi possível explorar processos de contenção de encostas, revegetação, estruturas de bioengenharia, além da observação do planejamento das atividades de campo, bem como dos percalços que ocorrem”. O estudante decidiu, a partir dessa experiência, utilizar isso como unidade agroecológica como tema do trabalho de conclusão de curso, além de pensar em outros projetos de recuperação ambiental.
Confira fotos do processo de recuperação abaixo: