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Aula magna de Ciências Biológicas debate os impactos da mineração

por Isabela Carvalho publicado 19/03/2019 17h57, última modificação 19/03/2019 17h57
Aula magna de Ciências Biológicas debate os impactos da mineração

Com o objetivo de discutir as consequências da mineração em Minas Gerais, o Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, realizou no dia 12 de março, a aula inaugural do curso, com o tema “Os impactos socioambientais da mineração no estado de Minas Gerais”. O evento contou com a participação do biólogo da Secretaria de Meio Ambiente de Brumadinho (SEMA), Vinicius Barbosa de Assis; biólogo Mateus Carvalho Ferreira; do representante nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andrioli; e do arquiteto, professor, pesquisador e Coordenador de Extensão do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), Leandro de Aguiar e Souza. A mesa foi mediada pela professora do Centro Universitário, Ligiane Moras.

 A coordenadora do curso de Ciências Biológicas, professora Danielle Marciano, falou sobre os objetivos e a importância da atividade promovida aos estudantes do curso. “Nosso objetivo foi discutir as consequências socioambientais da mineração sob a ótica dos crimes ambientais ocorridos em Minas Gerais. É importante ampliar essas discussões para que entendamos as responsabilidades dos diversos atores envolvidos. Além de ser de grande importância para a formação dos nossos futuros biólogos”, contou.

A professora do curso de Biologia, Ligiane Moras falou sobre a influência que os alunos terão no futuro. “Os estudantes da área ambiental vão ter grande influência quando entrarem na área de gestão e consultoria ambiental, portanto, palestras como essa vão fazer com que eles tenham pensamento crítico de não apenas gerar relatórios infindáveis em licenciamentos, mas para que busquem compreender a questão social e não somente visar o dinheiro”, pontuou.

O debate
O palestrante Dr. Leandro de Aguiar e Souza falou sobre a atuação do profissional de biologia na área. “Precisamos ter uma compreensão sistêmica do circuito produtivo minerário e não podemos permitir que ele se dê da forma como ocorre hoje. Eu trouxe a bandeira técnica e política de que a mineração precisa estar submetida a uma rigorosa política de estado, uma política que ultrapassa governo, ela precisa ser bem construída pela sociedade. Os biólogos desempenham um papel importantíssimo na nossa produção técnica e científica, então eles têm um potencial muito significativo de produzir pesquisas e estudos sobre esse assunto”, explicou.

De acordo com o biólogo Mateus Carvalho, é preciso conhecer os passivos ambientais que são gerados durante o processo minerário. “Precisamos conhecer os passivos ambientais gerados para que a gente possa quantificá-los e utilizar os recursos minerais de forma racional. Será que a gente minera da forma que deve ser minerada? Será que todos os locais que a gente minera podem ser minerados? A área de valoração ecossistêmica é uma área em crescimento e com grande espaço pra pesquisa inclusive na aérea de trabalho. Precisamos do biólogo, pois é o principal profissional responsável por estudar e compreender o meio ambiente”, disse. 

Segundo o representante nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andrioli é indispensável discutir o assunto com os futuros biólogos. “É importante debater o assunto com os estudantes para prepará-los como seres humanos. O nosso planeta vive a lógica do interesse e do lucro acima da vida, então é imprescindível mostrar outra visão para os alunos. Precisamos ser sujeitos dos nossos destinos, a lógica atual da humanidade está falida e não pode mais continuar. Essa lógica está botando em risco a humanidade e destruindo o planeta terra. É fundamental que os futuros estudantes busquem conhecimento enquanto seres humanos para ter uma visão mais holística de tudo que está acontecendo”, comentou.

O biólogo da Secretaria de Meio Ambiente de Brumadinho, Vinicius Barbosa de Assis, comentou como é significativo para os estudantes falar sobre assuntos ambientais. “Através desses debates de pensar e criar linhas de pensamento é que a gente vai ter cientistas biólogos com muito mais interesse em preservar o que deve ser preservado, além de saber como usar os recursos naturais”, falou.

O evento foi direcionado aos alunos de Biologia e aberto ao público.